terça-feira, 17 de agosto de 2010

CLAUDIA (17/10/2001 - 16/08/2010)



A Claudia apareceu na minha vida no momento em que decidi que era altura de voltar a ter um cão.

Até aí, nunca tinha tido um cão que fosse propriamente meu, eram os cães que iam passando por casa da minha mãe e do meu pai.
A decisão foi tomada por volta do meio de 2004. Decidi procurar na internet as várias opções disponíveis e acabei por encontrar a mítica “Arca de Noé”.

De entre os vários tópicos que fui vendo, chamou-me a atenção um de uma cadelinha Irish Red Setter que estava para adopção. Entrei em contacto com o autor a manifestar o meu interesse mas, entretanto, havia já um outro pretendente que também tinha já transmitido a intenção de adoptar a tal cadelinha. Como ele tinha chegado primeiro, acabou por ser o eleito para concretizar a adopção… e, ainda bem que assim foi.

Ora, passados mais alguns dias, vi um outro tópico, este de uma criadora, que ia pôr alguns exemplares seus para adopção, exemplares estes das raças Labrador e Golden Retriever.

Um desses exemplares era uma cadelinha Golden, que tinha acabado de ser mãe da sua segunda ninhada e que seria “libertada” logo que os cachorrinhos fossem para os seus novos donos.

Contactei a tal criadora e combinei uma visita para ver a cadelinha. Logo que a vi, dentro da “maternidade”, com os bebés à volta, chamaram-me a atenção aqueles olhos enormes, com uma expressão muito meiga… Estava magrita, ainda consequência do parto, mas recebeu-me muito bem, depois de alguma desconfiança inicial relativamente a um desconhecido que se estava a aproximar dela e das suas crias. E foi então que vi, pela primeira vez, aquela que era talvez a “imagem de marca” da Claudia, o abanar constante daquela caudinha.

E as coisas foram evoluindo, até que chegou o dia de levar a Claudia para casa. Foi no dia 24 de Outubro de 2004, precisamente uma semana depois de ela ter completado 3 anos. Estava um bocadinho estranha à chegada, após uma viagem de automóvel, felizmente curta, em que tive que conduzir a espreitar a estrada encoberta pelo corpo da Claudia, que foi todo o caminho, literalmente, em cima de mim.

Claro que o Gustavo ficou delirante com a novidade...

Mas a estranheza inicial depressa se desvaneceu e a Claudia rapidamente se adaptou à nova realidade e, mais do que isso, “adoptou” aquele que, a partir daí, iria ser o seu dono, eu… Claro que também gostava muito de brincar com o Gustavo, mas aquela loirita passou a ser a minha sombra. Quem quisesse saber onde estava a Claudia era só uma questão de me encontrar, que ela também estava lá.
















Poucos meses depois, no final de 2004, a minha enteada quis também adoptar um cãozinho que substituísse a sua cadelinha Whippet, que tinha sido tragicamente atropelada cerca de um ano antes. E foi assim que, no dia 2 de Janeiro de 2005, o Ralph veio de Santarém para Lisboa. O encontro entre o Ralph, que teria na altura uns 8 meses, e a Claudia, foi pouco menos do que amor à primeira vista. O fininho ficou de imediato enfeitiçado pela loirinha.








E a Claudia passou a ser parte integrante das nossas vidas, a acompanhar o nosso dia a dia e, sempre que possível, a ir connosco para passeios e férias.
As primeiras férias em que estivemos com ela, foram por altura da Páscoa de 2005, e foram passadas em Vila Real, na Casa Agrícola da Levada. Foram umas férias agradáveis onde a Claudia teve como anfitrião atencioso um enorme e simpático Leão da Rodésia, que dava pelo nome de Café.








A Claudia também fez a estreia do Gustavo nas lides do handling. Enfim, não terá sido uma estreia muito auspiciosa, tendo em conta que a minha loirita não era muito dada a exposições (e o facto de estar constantemente a tentar ver onde estava o dono, também não ajudou muito), mas serviu como experiência.







Mas, deixando para trás essa experiência meio falhada e passando a outras bem mais gratificantes, outro dos belos momentos da Claudia que guardo também nas minhas recordações, foi a semana de férias que passámos no Monte da Moitanova, numa terra chamada Cavaleiro, na costa alentejana, junto ao Cabo Sardão, entre Vila Nova de Milfontes e a Zambujeira do Mar, novamente por altura da Páscoa, mas desta vez em 2007.
Nessas férias a loirinha usufruiu de uma liberdade quase total, possibilitada pela quietude e vastidão do local, onde correu, brincou e fez amigos, a seu bel-prazer.
Ainda não vos disse que, quando veio para minha casa, a Claudia era uma cadelinha tímida e algo medrosa em relação a desconhecidos, e até connosco, quando tínhamos gestos mais bruscos, talvez fruto de traumas anteriores. Com o tempo, tornou-se uma cadela confiante que ia pedir festas a quem quer que lhe aparecesse à frente.
Nessas férias a Claudia conheceu a Fina, uma Serra de Aires de quem logo se tornou companheira de brincadeiras, conviveu com gatos e com… cavalos.











Os dias foram decorrendo, calmos e serenos, até que, no início de 2008, ocorreu uma nova adição à família com a chegada da pulguinha peluda, também conhecido por Toby.
Claro que, o então pequenito, de imediato se virou para a Claudia como sua protectora, mentora, professora, companheira de brincadeira e tudo o mais. E a Claudia ajudou-o a crescer e a educá-lo e deu-lhe exemplos que acho que também contribuíram para que ele se tornasse no cão meigo e alegre que é.
Com dois machos em casa, e de forma a evitar potenciais conflitos, optei então por esterilizar a loirita. Foi uma cirurgia que correu muito bem e de que ela recuperou rapidamente.
E muito brincavam aqueles dois… A Claudia, até há bem pouco tempo, parecia uma cachorrita, quando o Toby a desafiava para a brincadeira. Saltavam, rebolavam, “mordiam-se”…
De há cerca de um mês para cá, a Claudia raramente respondia às tentativas de brincadeira do Toby, o que indiciava que algo não estava bem. Por vezes ainda se punha de barriga para o ar, a dar-lhe patadas no focinho enquanto ele a “mordia” onde podia, mas a maior parte delas ficava apenas deitada enquanto ele tentava, quase em desespero, que ela respondesse ao desafio.


(continua em -Mensagens antigas-)